quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A caminho do primeiro organismo artificial? Investigadores norte-americanos criam genoma sintético de bactéria!

2008-01-24


Investigadores norte-americanos do Instituto Venter anunciaram hoje ter conseguido criar em laboratório o primeiro genoma sintético de uma bactéria, um passo considerado crucial para a criação de uma forma de vida artificial.

"Isto representa um avanço entusiasmante para nós investigadores e para esta disciplina", afirmou hoje Daniel G. Gibson, principal autor do estudo. Porém, o principal responsável pelo documento sublinhou que os trabalhos continuam com o "objectivo último" de "inserir um cromossoma sintético numa célula [viva] para criar o primeiro organismo artificial".

"Abre caminho para potenciais aplicações importantes, tais como a produção de biocombustíveis ou para o absorção de dióxido de carbono [CO2] e também para produzir organismos artificiais para o tratamento biológico de resíduos tóxicos. Pode tornar-se numa contribuição à humanidade tão grande como um novo medicamento, ou uma enorme ameaça, como uma arma biológica."

Na etapa final os investigadores vão tentar criar uma célula artificial de bactéria baseada inteiramente no genoma sintético da bactéria 'Mycoplasma genitalium', que acabam de produzir. Ou seja, este cromossoma será transplantado para uma célula viva, da qual poderá tomar o controle e transformar-se em uma nova forma viva. Escrever o código genético.

Citado pelo jornal britânico The Guardian, o fundador do Instituto, Craig Venter, já tinha afirmado que esta descoberta iria permitir aos investigadores "passar da leitura do código genético" para a possibilidade de "ter a habilidade de escrevê-lo".


E aqui temos mais um novo incentivo para a ciência, esta descoberta é um tipo de engenharia genética que permitirá às pessoas realizarem mudanças genéticas muito maiores, o que significa que no futuro poderão ser criados organismos com novas sequências de genes.

Retirado de:http://www.cienciahoje.pt/24910



Um comentário:

LucieCunha disse...

Bom artigo...

Realmente é um avanço bastante grande. Mas tal como tudo, tanto pode ser usado para o bem (por exemplo tratamento de resíduos tóxicos) como pode ser usado como para o mal (armas biológicas).

Este é o risco que muitas vezes corremos quando procuramos evoluir e já existem vários exemplos disso. Acho que as vezes é inevitável. Cria-se algo com um objectivo bastante benéfico que acaba por ser prejudicial quando mal usado.