Quem mais sofrerá, com isto tudo, são os países pobres, onde o custo da matéria-prima é a componente principal do preço final, ao contrário dos países ricos, que podem tentar encaixar os aumentos nos outros custos.
Em Portugal:
Os Açores são uma região totalmente dependente da importação de cereais e que o principal sector económico regional também depende quase inteiramente desse bem. Será uma tragédia para os Açores. Será uma tragédia para os produtores de carne, será uma tragédia para a alimentação humana!
O preço dos cereais aumentou devido a:
- Tectos impostos na Europa à produção de cereais para que os preços não baixem;
- Crescente utilização dos cereais para a produção de biocombustível (devido aos aumentos de preço do petróleo);
- O justo acesso de milhões de pessoas a um maior consumo de cereais, como acontece na China e na Índia em consequência dos elevados ritmos de crescimento económico verificados nestes países em desenvolvimento.
- O segundo maior produtor do Mundo, o Vietnam, diminuiu as exportações em 22%.
- A subida do preço do arroz afectou a inflação, que em Março subiu para 19,2%.
- A China e a Índia, que reduziram também as exportações para poderem alimentar as respectivas populações.
- A Indonésia teve de reduzir entraves às importações para baixar a pressão sobre os preços internos.
Estatísticas em relação à fo:me
Calcula-se que 815 milhões, em todo o mundo sejam vítimas crónica ou grave subnutrição, a maior parte das quais são mulheres e crianças dos países em vias de desenvolvimento.
O flagelo da fome atinge 777 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, 27 milhões nos países em transição (na ex-União Soviética) e 11 milhões nos países desenvolvidos.
A subnutrição crónica, quando não conduz apenas à morte física, mas implica frequentemente uma mutilação grave, nomeadamente a falta de desenvolvimento das células cerebrais nos bebés, e cegueira por falta de vitamina A. Todos os anos, dezenas de milhões de mães gravemente subnutridas dão à luz dezenas de milhões de bebés igualmente ameaçados.